Entenda por que a eutanásia não é o fim da dor

Thaís Afonso
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10/01/2023 às 19h15 - terça-feira

O conhecimento espiritual diante de importantes questões da existência humana, como a eutanásia, nos ajuda a tomar as melhores decisões para a proteção da nossa vida e a daqueles que estão sob o nosso cuidado, como familiares e amigos. 

A medida que desenvolvemos essa consciência, compreendendo o impacto de nossas ações (na matéria e no Espírito do ser), somos capazes de escolher com mais responsabilidade, autonomia e verdadeira liberdade. Evitando assim, arrependimentos e culpas por atitudes precipitadas.

Premissa que ganha ainda mais força quando tratamos da escolha pela Vida, no amparo a pacientes em estágios terminais (na denominação da Medicina).  

Então, pare alguns minutos para ler este post e refletir sobre o tema! Muitas vezes, a eutanásia vem sendo apresentada como uma alternativa para acabar com o sofrimento. O que não é verdade e, sim, um terrível engano, posto que o interromper da vida não significa o cessar das dores e dos padecimentos.

Eutanásia e o entendimento da Vida Eterna 

A eutanásia não cessa o sofrimento de quem quer que seja, independentemente da circunstância que se esteja enfrentando. 

Em situações como essa, buscamos fazer o que está ao nosso alcance para minimizar a aflição de quem é tão querido a nós. É preciso, porém, ter muita cautela para não acabar, mesmo sem querer, aumentando essa dor.

Não é fácil ver a pessoa amada sofrendo. Ainda mais se ela estiver passando pelo estágio terminal de uma doença ou padecendo de uma dor física constante e extrema.

O sentimento de impotência pode também tomar a nossa Alma e nos levar a decisões precipitadas, afinal, diante da incerteza de que a medicina material possa lhe melhorar o estado (no presente ou num futuro próximo), nosso coração pode se encher de angústia. 

No entanto, a eutanásia não é o fim dos sofrimentos (sejam físicos ou emocionais), pois a morte não acaba com tudo, pelo contrário, é uma nova etapa para a mesma existência espiritual. Portanto, a Vida prossegue.

O corpo passará pelo processo de transformação natural, alimentando outras formas de vida, e, no Mundo da Verdade, a Alma despertará para prosseguir sua trajetória, levando consigo as consequências dos atos praticados na matéria.

Praticar a eutanásia, mesmo que esse tenha sido o desejo inicial do paciente, é oferecer ao seu Espírito grande sofrimento.

Sob o ponto de vista espiritual, a eutanásia interrompe um processo natural de resgate do Espírito, uma vez que antecipa sua partida, provocando o desencarne.

Ensina o Presidente-Pregador da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, José de Paiva Netto, em seu livro Os mortos não morrem, no subtítulo "Jamais abreviar a vida", páginas 63 e 64

Após tão apreciáveis reflexões, é forçoso inferir que o grande segredo da vida é, amando a vida, saber preparar-se para a morte, ou Vida Eterna. Ressalte-se: o falecimento deve ocorrer somente na hora certa, determinada por Deus, conforme registrei em
uma letra de música, que reproduzo na sequência. Mas reitero: amando a vida..., isto é, sem desejar, de forma alguma, abreviá-la — afinal, suicidar-se é tremendo engano e acarreta graves sofrimentos ao Espírito —, pois a existência humana deve ser reverenciada pelos imensos benefícios com que enriquece a nossa Alma. Afinal, se aqui tratamos do que se convencionou chamar morte, é para destacar a vida, um seu outro nome. Como preconizava o saudoso Alziro Zarur:

— Não há morte em nenhum ponto do Universo. Tudo é vida, porque Deus é vida.

E mais:

— O suicídio não resolve as angústias de ninguém.

Confira a letra da música legionária "O Grande Segredo da Vida", de autoria de Paiva Netto, no vídeo abaixo:

Então, por que Deus permite a dor? 

Ao contrário do que por vezes possamos imaginar, o Pai Celestial não fica aleatoriamente testando o nosso nível de resistência às dores, mas a todo instante nos oferece Seu amparo e proteção.

Ele acredita na transformação de nossos hábitos, fortalecendo-nos para os embates da vida. Jesus nos dá essa segurança ao registrar em Seu Santo Evangelho:

“Eu não vos deixarei órfãos e estarei convosco, todos os dias, até ao fim do mundo” (Boa Nova, segundo João, 14:18 e Mateus, 28:20). 

É válido considerar, apesar do amparo incessante que vem do Alto, que o sofrimento possa fazer parte de nossa Agenda Espiritual, ou seja, o conjunto de compromissos que assumimos no Céu, antes mesmo de reencarnamos na Terra.

O Espírito, visando a sua evolução, pode ter enxergado o sofrimento como um caminho que, entre outras coisas, o ajudaria a passar por uma etapa necessária de aprendizado, fortalecendo-o ou até mesmo impulsionando o crescimento de outros, que dividiriam esta jornada terrestre com ele.  

Portanto, roga ao Mestre Divino, antes de descer a esse mundo, a permissão e a bênção para passar por determinadas provas, determinados sofrimentos.

Se nos permitirmos perceber os aspectos espirituais e pedagógicos da dor, iremos notar a Misericórdia Celeste atuando pelo nosso progresso.

Por intermédio dela, tornamo-nos capazes de nos corrigir, recebemos a oportunidade de reparar faltas do passado (que, porventura, tenhamos cometido) e, em muitos casos, é por ela que somos levados a desenvolver um profundo senso de humanidade e empatia, pois muitas vezes nessas situações nos tornamos mais sensíveis à dor do nosso próximo. 

E, de igual forma, é preciso recordar que o sofrimento não é o nosso único caminho de aprendizado! Embora seja esse um planeta de expiações e provas.

Ensina-nos ainda o Presidente-Pregador da Religião Divina, Paiva Netto, em seu artigo Jesus, a Dor e a origem de Sua Autoridade (Parte B):

Este é um Planeta de expiações. Por esta razão, a Dor nos faz sofrer, ao passo que, e por isso mesmo, é a libertação da Alma. Por meio dela, Jesus alcançou a Sua Divina Autoridade. E não fugiu de Seu infortúnio:

— “Pai, todas as coisas Vos são possíveis: afasta de mim esse cálice. Contudo, se for da Vossa Vontade, que se faça de acordo com ela, e não com a minha” (Evangelho, segundo Marcos, 14:36).

Diante disso, o missionário de Deus precisa compreender a Dor como instrumento de vitória ante o Céu, para possuir o Poder de reformar a Terra, transformando os seus habitantes de fora para dentro:

— “Porque vós sois o Templo do Deus Vivo, como Deus disse: Neles habitarei e entre eles andarei; e Eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (Segunda Epístola de Paulo aos Coríntios, 6:16).”

Morrer com dignidade 

Outra preocupação que pode surgir é a necessidade de garantir àqueles que amamos um desencarne digno.

Nesse sentido, a Religião do Terceiro Milênio esclarece-nos que não há maior glória do que a certeza de ter lutado pela vida com todos os recursos que nos foram concedidos, cumprindo a nossa Agenda Espiritual.

Permanecendo assim, o tempo certo que nós mesmos nos comprometemos a viver na Terra, a duração ideal para vencermos integralmente esses compromissos espirituais.

Despertados, já no Mundo da Verdade, no momento certo, esses a quem amamos e zelamos com todas as forças por sua vida nesse plano, eternamente nos serão gratos, acompanhando e vibrando igualmente para que sejamos bem-sucedidos em nossa jornada.

No já citado artigo do jornalista Paiva Netto, Jesus, a Dor e a origem de Sua Autoridade (Parte B), em outro momento, ele escreve:

Não significa que para obter tamanhas vitórias o Ser Humano tenha fatalmente de carpir sofrimentos. Emmanuel explica em Perante Jesus*7, que

— “(...) quando ocorre, em momento oportuno, o nosso contato indispensável com os mecanismos da Justiça terrena, eis que a influência de todos aqueles a quem, porventura, tenhamos prestado algum benefício aparece em nosso auxílio, já que semelhantes companheiros se convertem espontaneamente em advogados naturais de nossa causa, amenizando as penalidades em que estejamos incursos ou suprimindo-as, de todo, se já tivermos resgatado em amor aquilo que devíamos em provação ou sofrimento, para a retificação e tranquilidade em nós mesmos.”

+ Aprofunde-se no estudo das consequências espirituais da eutanásia assistindo ao quadro “Jesus e a saúde no lar”.  

Valorizar a vida daqueles que amamos 

O que dignifica a sagrada criatura humana são seus atos de amor. Defender a vida é o maior gesto de humanidade que podemos ofertar aos que amamos.

Por isso, devemos demonstrar a eles que jamais serão abandonados, mesmo nos momentos de maior dificuldade.

Outra atitude benéfica é permanecer constantemente em prece para que a Proteção Divina nos acompanhe em nossas lutas.

Sob essa inspiração, certamente estaremos sensíveis para perceber as histórias extraordinárias de superação que estão à nossa volta, recordando-nos a todo instante deste brado do Irmão Paiva Netto: “Resista ao desespero: apele sempre para Jesus!”:

Sempre haverá Esperança e soluções seguras que valorizem e respeitem a vida e as Leis de Deus, para todo e qualquer desafio que estejamos enfrentando. 

Todos nós, em Humanidade, merecemos respeito, proteção, Amor. Inclusive os mais frágeis, aqueles cuja vida foi confiada a outras mãos, neste caso, as nossas próprias.

É nosso papel defender a vida, desde a sua concepção até o momento do retorno natural e na hora certa, ao Mundo Espiritual.

Agir de maneira diferente é agir com violência, desrespeitando os direitos de nossos semelhantes e fazendo-os sofrer. E isso não é e jamais será a nossa vontade. 

Acompanhe as dúvidas da audiência sobre essa temática e obtenha esclarecimentos importantes no quadro Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo responde!.


 

Este quadro é exibido na Super Rede Boa Vontade de Comunicação (Rádio e TV), sempre às quartas e sextas-feiras, a partir das 10h30.

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Colaboração:  João Carlos de Carvalho (Ministro-Pregador da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo)

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